terça-feira, 29 de junho de 2010





Vai de porta em porta, na esperança de que em que alguma dê certo.
Repete a história, responde às mesmas perguntas, está cansada.
No caminho pensa naquela tarde, naquele contacto, naquele momento ,que por tão simples lhe pareceu perfeito.
Por vezes, reflecte acerca do acto que desencadeou este conjunto de situações, de momentos, de sentimentos - acima de tudo.
Entre mil afazeres tem sempre tempo para pensar, para recordar, para tentar entender o que lhe parece, no seu íntimo, só ter uma explicação.
Não sabe que calma a invadiu, mas é assim que passa cada dia, com uma canseira e uma serenidade, por vezes assustadora. Tem os momentos de exaltação, mas estes guarda-os para si própria ou partilha com um outro Eu, que pense que o poderá entender e não condenar.
Neste momento já não é a mesma menina que tentava esqueçer, é outro Eu, talvez mais maduro e frio que opta por pensar, sofrer, aprender e acima de tudo que quer não deixar de ser ele próprio. Porque podemos ser muita coisa, podemos criar "personificações" de nós próprios, mas o essencial,no fundo, é aquilo que somos.
A grande lição para ela, a grande novidade talvez, a grande vitória, é que, desta vez ela consegue ver as falhas dela, o que podia ter feito melhor ou pior. Mas também consegue ver as fendas dos outros, das outras e de todos aqueles que no seu senso a fizeram pensar por vezes "quem sou eu?".

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