quarta-feira, 30 de junho de 2010

Visto pelos outros, Visto por nós

Vão de lugar em espaço, uma explorando tudo, outra algumas coisas que ficaram esqueçidas e perdidas na mente ou ainda outras que nunca conheceu. Os pormenores são diferentes para quem só deve ver uma vez, passam muitas vezes despercebidos a quem vê com frequência ou que sente que pode sempre vislumbrar.
Gosta desta cidade e desta gente, cheira a flores, a arvóres, a grelhados e a queimado. É a nossa cidade, de todos nós, de ninguém.
Por vezes, pensa, recorda momentos ali passados e gostava que o passado voltasse atrás, tem ainda outros em que sente vontade de ficar ali para sempre, de se sentir assim nesta Lisboa de uma quarta-feira que parece estranhamente diferente de outros dias, de todos eles. Mais calma, mais serena, mais bonita, mais tranquila, acima de tudo, mais cansativa.
O dia ainda não acabou, os de fora querem sempre conhecer tudo, os de dentro estão cá para o mostrar. Fica parada por momentos a olhar o rio, é estranho as coisas diferentes que se sentem a cada vez que se encara este. Um dia este já engoliu a cidade, será que outro o voltará a fazer?

terça-feira, 29 de junho de 2010





Vai de porta em porta, na esperança de que em que alguma dê certo.
Repete a história, responde às mesmas perguntas, está cansada.
No caminho pensa naquela tarde, naquele contacto, naquele momento ,que por tão simples lhe pareceu perfeito.
Por vezes, reflecte acerca do acto que desencadeou este conjunto de situações, de momentos, de sentimentos - acima de tudo.
Entre mil afazeres tem sempre tempo para pensar, para recordar, para tentar entender o que lhe parece, no seu íntimo, só ter uma explicação.
Não sabe que calma a invadiu, mas é assim que passa cada dia, com uma canseira e uma serenidade, por vezes assustadora. Tem os momentos de exaltação, mas estes guarda-os para si própria ou partilha com um outro Eu, que pense que o poderá entender e não condenar.
Neste momento já não é a mesma menina que tentava esqueçer, é outro Eu, talvez mais maduro e frio que opta por pensar, sofrer, aprender e acima de tudo que quer não deixar de ser ele próprio. Porque podemos ser muita coisa, podemos criar "personificações" de nós próprios, mas o essencial,no fundo, é aquilo que somos.
A grande lição para ela, a grande novidade talvez, a grande vitória, é que, desta vez ela consegue ver as falhas dela, o que podia ter feito melhor ou pior. Mas também consegue ver as fendas dos outros, das outras e de todos aqueles que no seu senso a fizeram pensar por vezes "quem sou eu?".

domingo, 27 de junho de 2010

O cemitériO


Acorda de uma noite para esqueçer e encontrar.

Ouve alguém pronunciar o seu nome e dizer "deve ir à missa".

Porque pensam que devem saber o que faz e por vezes dizer o que deve fazer?

Decide ir caminhar...onde poderá ir?

O cemitério parece o sítio mais calmo do mundo.

É estranho quando o pensamento se centra no lado em que ficar perto de uma campa, de um morto, de nada.

Muitos falam da morte como algo distante. Tem aqueles que pensam, na ilusão, que ela nunca vai chegar. Há também os que evitam pensar nela, tal como ela.

Lembra alguém "que já não existe" e os momentos que marcaram, que ficaram, que constituem a chamada: recordação.

Um dia todos vamos estar ali, caídos, deitados, ou noutro lado qualquer...

sábado, 26 de junho de 2010

Na Corda Bamba



Escrevi e foi apagado.

Por moralismos e coisas pouco significantes a que ousamos dar sempre importância desnecessária.

Hoje foi um dia de volta ao passado, de recordações, de tristezas, de alegrias.

Chegou a hora para alguns.

O momento para outros.

Ainda o inevitável para a maioria.

Temos os dois lados que nos controlam.

E ainda aquela parte que os quer controlar.

Ao fundo vemos o que queremos, a escuridão ou a luz, depende dos dias, das horas, acima de tudo do chamado estado de espírito.

Muitos diziam mal do velho, mas quem poderá ser condenado quando diz o que pensa?