quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Há dias, que entre aquelas quatro paredes, sem janelas para o exterior, me apetece sumir pela alcatifa abaixo, e nunca mais voltar. Cair num buraco até ao infinito e chegar à Terra do Nunca, longe das preocupações, dos medos, dos desamores, das recordações, de tudo. Hoje, foi um desses dias. Já nem a música me ajudava a suportar o barulho daquelas teclas, o som das outras pessoas, os papéis que vieram sabesse lá de onde. Pois é, passo mais de metade da minha semana enfiada no buraco deste país, que toca ao bolso de todos, de que alguns ficaram a rir, outros a chorar. Tem dias que é suportavél, outros que até gosto, uns em que se aprende mais, outros menos, mas hoje, pela primeira vez, senti que estava simplesmente a ser: um lambedor de papel. E sabem que mais?

                                                                                                                                   Não gostei do sabor.

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