quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Fim

Vem uma e esperas que caíam outras. Mas é só esta.
Tens saudades, sim, e muitas. De te sentires assim: com tempo para viver, para dormir, ler, estudar, ir ao cinema, sair, estar com os amigos sem timing contado. Mas é assim a vida.
Uns correm o mundo, outros ficam parados. Sempre te sentiste assim, entre dois mundos, e pensas só ter uma grande barreira para partir. Será que não és tu que a constróis pelo medo de deixar tudo para trás? Uma coisa é ir com tempo contado, outra é ir com tempo incerto, talvez para sempre.
Foi assim que saíste da minha vida, para sempre, sem dias contados, porque os dias que te levam não se contam por uma mão, nem com a soma de todos os nossos dedos.
Podem dizer "és especial", "és querida", "és boa pessoa", mas nenhuma dessas palavras toca como se fosses tu que as dissesses. Pois é, e quando se pensa que tá esquecido ou pelo menos arrumado, a pedra do sapato salta do sítio e volta a aleijar. Talvez porque toca numa pequena ferida que está alí. É a concretização de um sonho que era meu, talvez fosse teu, mas o realizador és tu. E só tu.
Ela diz "É como se fosse uma droga", e sim, é isso que é nestes momentos diferentes, como se fosse a ressaca por um último cigarro, uma única bebida, um último beijo, um final, com aquela palavra escrita, em letra bem grande.

P.S. Mais um guarda-chuva, desta vez, sem mensagem.        
                                                                                                                                             

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